Rodrigo fará transição ‘lenta e gradual’

O prefeito eleito Rodrigo Agostinho (PMDB) disse querer evitar ingerência no governo Tuga Angerami (sem partido). Hoje ele estará em Brasília com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Durante entrevista, ontem de manhã, em seu escritório de campanha, o peemedebista repetiu cinco vezes que quer fazer uma transição tranqüila. Ele pretende se reunir nos próximos dias com o atual prefeito.

A transição de governo é o período em que o novo prefeito tem acesso à situação financeira e administrativa da prefeitura.

A relação Rodrigo e Tuga esteve “estremecida” no final do primeiro turno. O prefeito ganhou na Justiça Eleitoral direito de resposta no horário da propaganda na TV de Rodrigo. Nesse período, Tuga fez críticas veladas ao peemedebista, principalmente devido à opinião de Rodrigo de buscar recursos a fundo perdido para construir a Estação de Tratamento de Esgoto, obra que será custeada com a receita de uma taxa cobrada diretamente da conta de água da população.

Ontem Rodrigo disse que não tinha mágoa do atual prefeito. “Naquele momento fiquei chateado, ele tinha tomado decisão de não participar da campanha e num determinado momento (da campanha) foi duro com críticas”, respondeu.

O peemedebista disse que a cidade cansou de político que não olha na cara do outro, por isso pretende se reunir em breve com Tuga.

Nos mais de 50 minutos à frente de microfones da entrevista coletiva, a única hora que o peemedebista admitiu falar do perfil do primeiro escalão, disse genericamente que tem que ser “técnico e político”, mas tem que saber se comunicar com a imprensa.

Rodrigo elogiou Fernando Monti e a ex-vereador Maria José Jandrice, a Majô (PC do B), seus dois fiéis escudeiros da campanha eleitoral, mas negou que serão futuros secretários do primeiro escalão. “Os dois são altamente qualificados para ocupar cargos, mas não quer dizer que vão ser secretários. Não quero atropelar o processo, será necessário diálogo com os partidos que deram apoio”, desconversou logo em seguida quando respondeu sobre a equipe de transição.

Rodrigo admitiu que vai desengavetar a reforma administrativa que Tuga não quis enviar à Câmara para melhorar a grade salarial dos servidores públicos municipais. Usou o termo “coragem” quando disse que vai discutir a defasagem salarial de categorias dos servidores como médico, setor que a Secretaria de Saúde encontra dificuldade de contratação para a rede pública devido o baixo salário (R$ 1.200 bruto e R$ 800 líquido). “Há distorções em todas as áreas, todos vão ter um reajuste”, afirmou.

A prioridade número um é buscar recursos para a construção da estação de tratamento de esgoto. Também vai aproveitar a viagem para procurar deputados federais que têm como base Bauru para apresentar emendas individuais e coletivas no Orçamento da União para 2009. O prazo vence em 2 de novembro, mas há possibilidade de ser prorrogado até o dia 7, segundo Rodrigo.

A conclusão do viaduto também depende de aporte financeiro. Quem vai buscar esses recursos é o deputado federal Milton Monti (PR). “Não é a prioridade número um, mas em respeito ao dinheiro público já gasto e pelo abandono da obra, vamos buscar recursos para terminar essa obra”, disse Rodrigo.

O prefeito eleito admitiu que vai ter dificuldade de conciliar a fase de transição com a de vereador, porque ainda tem que cumprir mandato até o final do ano. “Eu sei lidar com a Câmara, conheço os vereadores e sou amigo pessoal de vários eleitos de partidos adversários”, afirmou.

Fonte: jcnet.com.br

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