Seguro-desemprego sofre impulso de 53% na região

Depois de trabalhar seis anos como jardineiro de uma universidade particular em Bauru, Aparecido Claudinei Martins, 40 anos, foi demitido. “Quiseram cortar as despesas por lá, mas não sei bem como fazer o mesmo em casa. Tenho dois filhos e esposa e só eu trabalhava”, conta.
Aparecido vai receber cinco parcelas de R$ 415 do seguro-desemprego e agora espera tentar a vida como autônomo.

Números obtidos ontem da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho mostram que os pedidos de seguro-desemprego vêm crescendo muito em Bauru e região desde novembro.

Bauru fechou 2007 com 10.110 pedidos contra 11.863 no ano passado, alta de 17%. Na região atendida pela secretaria (Bariri, Bauru, Dois Córregos, Jaú, Lins e Pederneiras) foram 12.467 em 2007 e 19.071 em 2008, crescimento de 53%.

Os responsáveis da Secretaria do Emprego em Bauru e região atribuíram esse aumento à crise financeira mundial.


Desaquecimento causa demissões
Os números do seguro-desemprego na região são uma comprovação de que a menor oferta de crédito está forçando muitas empresas a produzir menos, já que a demanda por produtos também diminui. Por conseqüência acabam reduzindo seu quadro de funcionários.

Foram mais atingidos pela crise financeira mundial os setores automobilístico e metalúrgico. O BOM DIA já mostrou alguns desses reflexos.

A Volvo de Pederneiras demitiu 102 funcionários e a Pedertractor, uma das fornecedoras da Volvo, mandou embora outros 80 no final de novembro.

Em Bauru, metalúrgicas ligadas ao setor automotivo que tiveram queda de 30% no faturamento no final do ano passado.

Em novembro de 2008 foram 2.220 pedidos de seguro-desemprego na região e em dezembro esse número subiu mais, passou para 2.579.


Bauru sofreu menos, afirma economista
Para Mauro Gallo também o percentual menor de crescimento dos pedidos de seguro-desemprego em Bauru representa que a economia do município sofreu menos até aqui os efeitos da crise.

Por ter uma economia mais diversificada ou sem tanta dependência do crédito, a estabilidade da cidade foi maior. Bauru fechou o ano com 62,20% dos pedidos de seguro-desemprego contra 81% em 2007.


Ações devem causar melhora
O economista Mauro Gallo avalia que a crise vem mesmo prejudicando com maior intensidade os setores automobilístico ou que dependem muito do acesso ao crédito, mas vê esperanças para os próximos meses. “O governo vem procurando amenizar o impacto nesses setores via redução de tributos, financiamento e crédito, como forma de possibilitar que continuem um razoável nível de negócios”, comenta.

Ele alerta que o desaquecimento de alguns setores pode ser muito danoso para a economia como um todo, já que o desemprego de qualquer setor afeta muitos outros, tais como vestuário, alimentação, serviços e comércio no geral com a diminuição da renda.


Governo estuda benefício de 12 parcelas
Hoje os requerentes do seguro-desemprego tem direito de três a cinco parcelas de acordo com o tempo de serviço nos últimos 36 meses e os valores variam de R$ 415 a R$ 776,46 de acordo com os três últimos salários.

Com a crise financeira mundial o governo Lula já estuda expandir para até 12 parcelas o benefício.

O número de trabalhadores que deram entrada em pedidos de seguro-desemprego no país cresceu cerca de 20% em novembro de 2008, na comparação com mesmo período de 2007, segundo os últimos dados do Ministério do Trabalho. Ao todo, 499.377 trabalhadores requisitaram o benefício em novembro de 2007. Em 2008, esse número subiu para 614.511.

Como solicitar
Para pedir o seguro-desemprego em Bauru o trabalhador deve ir até o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador) ou no Poupatempo.

É preciso levar RG, CPF, Carteira de Trabalho e Previdência Social, Cartão PIS/PASEP, extrato do Fundo de Garantia, requerimento do seguro-desemprego, termo de rescisão de contrato e os três últimos holerites caso a carteira não esteja atualizada.


PAT: rua Joaquim da Silva Martha, 11-39
Poupatempo: avenida Nações Unidas, 4-44, Centro

Fonte: redebomdia.com.br

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